2010/10/05

O CENÁRIO ATÉ AJUDA, MAS...

Contaram-me essa história mais ou menos assim:
O mar abriu-se à sua frente, ela abriu os braços também, mergulhou.
O mar a abraçou, ela se deixou abraçar, aos poucos soltou o ar em forma de bolhas, que como estrelas cintilavam e subiam em direção ao céu enquanto ela afundava na escuridão fria e salgada.
O sol continuou brilhando durante as buscas, mas as ondas apagaram suas pegadas...


- E depois?

- Depois o quê?

- Não vá me dizer que a história se limita a isso? Acaba assim?

- Sim. Isso é uma mini narrativa. Você lê o texto, “vê” a imagem e pronto, acabou!

- Só isso? Vê e acabou? Você acha que alguém quer ler isso? Uma imagem e acabou? E aquele começo, - "Contaram-me essa história assim". – Você não pode estar falando sério. Isso não é escrever uma história, não é não!

- O que mais você queria ler? O começo é gancho dramático para emprestar alguma veracidade ao texto. Isso não lhe bastou?

- Claro que não! Quero um começo, meio e fim. E necessariamente nessa ordem!

- Preguiçosa...

- Mau escritor.






Cai o pano! (click para ouvir)

Um comentário:

Silvio Barreto de Almeida Castro disse...

Será que a moça pensou que as bolhas eram gazes, achou que ele estava satirizando sua flatulência e porisso ficou com raiva do escritor?