Caríssimo amigo & sócio na “empresa sonhos e
nuvens”, nossa cidadezinha fica a cada dia, a cada amanhecer mais “zinha” e
mesquinha e vulgar.
Seguimos com as ruas
sujas, com mais buracos nas ditas ruas, mais esgoto a céu aberto e a certeza
que regredimos dia a dia.
Temos velhas doenças de
infância de volta à carga aqui...
Nossas lajes e marquises
seguindo em direção ao chão mirando cabeças e acertando calçadas, mas às vezes
o jogo vira.
Estando no inverno,
seguimos com calores senegaleses e vento noroeste de dar inveja aos moradores
dos Saara.
Aviso-lhe: Acho que
nosso prefeito não mora mais na cidade!
Tal abandono justifica
minha afirmação acima.
Numa certa rua a casa
onde (o decoro, e vontade de imitar o jornal da cidade, me impede de declinar o
nome e que o senhor, assim como eu e vários, se não todos, os nossos
contemporâneos frequentaram em verdes anos) onde as moças de vida fácil (é do
tempo de nossos avós!) trabalhavam, simplesmente ruiu! Virou pó que o eterno
vento noroeste espalha, e, como o símbolo ubíquo da cidade, está cercada por
aquela fita zebrada preta e amarela.
Que, aliás, voto nela
para o verdadeiro emblema da cidade! Poderíamos pô-la no brasão da cidade...
Pense nisso!
Como nossa cidade,
portuária, pôde deixar seus puteiros ruirem? Pois é, aqui tal sucedeu!
Caíram antes de serem
tombadas.
Não que fizesse alguma
diferença...
Decaímos dia a dia.
Ou afundamos! Pois a
cada chuva de verão, mais a maré avança lambendo nossas praias e subindo ruas e
calçadas invadindo garagens subterrâneas...
Já penso numa fuga para
a região de Bauru.
Nos cafés, que lástima
meu amigo! Nos que enriquecemos com ele (sem nunca termos produzido em grão
sequer!) somos bombardeados com a pior beberagem possível em nome da
modernidade e “gourmetisse”!
- Café descafeinado,
leite sem lactose, biscoitos sem açúcar! – assim exigem os turistas
estrangeiros.
Ah a moda!
Imitamos o pior.
Consumimos do pior.
Que saudade da minha
cidade onde eu era cidadão e não caseiro de turistas de fim de semana...
Abraços e um aviso:
- NÃO VOLTE, NÃO VOLTE!