2019/07/26

CARÍSSIMO MAGRÃO


Caríssimo amigo & sócio na “empresa sonhos e nuvens”, nossa cidadezinha fica a cada dia, a cada amanhecer mais “zinha” e mesquinha e vulgar.
Seguimos com as ruas sujas, com mais buracos nas ditas ruas, mais esgoto a céu aberto e a certeza que regredimos dia a dia.
Temos velhas doenças de infância de volta à carga aqui...
Nossas lajes e marquises seguindo em direção ao chão mirando cabeças e acertando calçadas, mas às vezes o jogo vira.
Estando no inverno, seguimos com calores senegaleses e vento noroeste de dar inveja aos moradores dos Saara.
Aviso-lhe: Acho que nosso prefeito não mora mais na cidade!
Tal abandono justifica minha afirmação acima.
Numa certa rua a casa onde (o decoro, e vontade de imitar o jornal da cidade, me impede de declinar o nome e que o senhor, assim como eu e vários, se não todos, os nossos contemporâneos frequentaram em verdes anos) onde as moças de vida fácil (é do tempo de nossos avós!) trabalhavam, simplesmente ruiu! Virou pó que o eterno vento noroeste espalha, e, como o símbolo ubíquo da cidade, está cercada por aquela fita zebrada preta e amarela.
Que, aliás, voto nela para o verdadeiro emblema da cidade! Poderíamos pô-la no brasão da cidade...
Pense nisso!
Como nossa cidade, portuária, pôde deixar seus puteiros ruirem? Pois é, aqui tal sucedeu!
Caíram antes de serem tombadas.
Não que fizesse alguma diferença...
Decaímos dia a dia.
Ou afundamos! Pois a cada chuva de verão, mais a maré avança lambendo nossas praias e subindo ruas e calçadas invadindo garagens subterrâneas...
Já penso numa fuga para a região de Bauru.
Nos cafés, que lástima meu amigo! Nos que enriquecemos com ele (sem nunca termos produzido em grão sequer!) somos bombardeados com a pior beberagem possível em nome da modernidade e “gourmetisse”!
- Café descafeinado, leite sem lactose, biscoitos sem açúcar! – assim exigem os turistas estrangeiros.
Ah a moda!
Imitamos o pior.
Consumimos do pior.
Que saudade da minha cidade onde eu era cidadão e não caseiro de turistas de fim de semana...
Abraços e um aviso:
- NÃO VOLTE, NÃO VOLTE!