(pequena crônica do
dia em que a Dilma veio fazer discurso aqui na cidade)
Te aborrecestes ontem
Quando na Praça da República a massa
Se envolvia e rejubilava-se
Como que diante do Grande Salvador
(pena os fogos terem espantado as pombas e os sanhaços)
E ao seu lado a pequena burguesa vomitava sua bílis
Seu mal herdado da Casa Grande ancestral...
Pois ela a leitora do Olavo de Carvalho
(aposto que seria capaz de declamar trechos inteiros, se
desafiada fosse!)
(ainda bem que não foi!!!)
Tão pequena e
Tão sinhazinha
Transpirava seu ódio
Rancor e medo
Do populacho lá fora
Ela que te olhando nos olhos
Desafiava tua doçura e fé na Revolução
(que um dia?) virá (ou não)
Ela tão carismática e arrogante
Direitista de berço & criação
Vomitava palavras de ordens
E procurava no ar
(louca? Desvairada?)
Uma arma imaginária
Para o tiro final
Para o começo de um novo fim...
Sim ela desafiou essa doçura a virar fel
E penso que pouco faltou
- Não é?
Mas não sofras Velho Comandante
Nosso tempo está a acabar
(estamos na prorrogação, relaxe!)
O Velho Mundo Novo
(ou o novo mundo velho?)
Mostrará à burguesinha a sua face
Imutável e cruel
E ela acordará
Um dia desses
Na praia...
Na feira...
Na igreja enquanto bate palminhas
e canta como se fosse ser arrebatada em meio às fumaças
dos incensos que sobem aos céus
dos justos, injustos e indiferentes...
Dando pipoca aos macacos...
(pode parecer, mas isso não é uma praga deixei-me levar pela emoção)
(pode parecer, mas isso não é uma praga deixei-me levar pela emoção)
Não quero emitir aqui qualquer
Juízo de valor
Não comungo radicalmente
Com qualquer cor política
(sou um iconoclasta desde sempre)
Mas compartilho de sua dor
Velho Caudilho.
E parafraseando-o, Sábio Cínico:
-Ela é mesmo muito
Bonitinha para ser assim
Tão conservadora!
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