Hoje estou praticamente sozinho em minha sala.
O outro sujeito está do outro, ouvindo músicas italianas e me deixando em paz.
(Quando ele surta, o que não é difícil aqui, passa cantar e a reger uma
orquestra imaginária...)
Agora posso
pensar e refletir, fazer um pequeno apanhado de meus últimos dias - enquanto
escrevo esse texto converso por e-mail com um amigo de Londres, explico-lhe e
rio disso, que nosso correio não pode enviar-lhe a prometida garrafa de cachaça
Pitú que tanto deu-lhe água na boca. Assim é a vida, “uma ilusão e uma
rasteira”.
Semana
passada fui a um barzinho (e que barzinho!) assistir a um show da banda de um
colega de trabalho. Uma viagem no tempo (graça a Deus uma viagem para trás!!!)
muito Beatles e outras tranqueiras sessentistas e umas outras setentistas...
Uma época
perdida, pela cara para todo o para sempre, de boas músicas.
Mesa bem
colocada, de frente à bateria e ao baixista, cerveja e nem senti o tempo
passar. Catso deu até vontade de ser feliz!
Mas o que me
interessa é que hoje estou “praticamente” sozinho em minha sala, sem a chefe
que ouve pagode o dia inteiro, que canta axé e acha os pagodeiros “as coisinhas
mais lindas desse mundo”!
Aqui estou a
escrever, ouvindo minhas tranqueiras dos anos setenta* em paz.
Tento, mas
sem conseguir bem, escrever uma crônica. Mas como já disse, estou sozinho, quem
sabe até o fim do dia não rola algo que preste?
Uma dádiva,
segunda-feira fria, chuvosa, sozinho e a certeza (essa realmente é certa) de um
cafezinho em boa companhia após o almoço...
Hoje essa
sala é só minha.
*Leon Russell Blue eyes and a black heart
2 comentários:
Amanhã piorará, resigne-se.
Eu sei!
Postar um comentário