2014/06/09

HOJE ESSA SALA É MINHA





 Hoje estou praticamente sozinho em minha sala. O outro sujeito está do outro, ouvindo músicas italianas e me deixando em paz. (Quando ele surta, o que não é difícil aqui, passa cantar e a reger uma orquestra imaginária...)
Agora posso pensar e refletir, fazer um pequeno apanhado de meus últimos dias - enquanto escrevo esse texto converso por e-mail com um amigo de Londres, explico-lhe e rio disso, que nosso correio não pode enviar-lhe a prometida garrafa de cachaça Pitú que tanto deu-lhe água na boca. Assim é a vida, “uma ilusão e uma rasteira”.
Semana passada fui a um barzinho (e que barzinho!) assistir a um show da banda de um colega de trabalho. Uma viagem no tempo (graça a Deus uma viagem para trás!!!) muito Beatles e outras tranqueiras sessentistas e umas outras setentistas...
Uma época perdida, pela cara para todo o para sempre, de boas músicas.
Mesa bem colocada, de frente à bateria e ao baixista, cerveja e nem senti o tempo passar. Catso deu até vontade de ser feliz!
Mas o que me interessa é que hoje estou “praticamente” sozinho em minha sala, sem a chefe que ouve pagode o dia inteiro, que canta axé e acha os pagodeiros “as coisinhas mais lindas desse mundo”!
Aqui estou a escrever, ouvindo minhas tranqueiras dos anos setenta* em paz.
Tento, mas sem conseguir bem, escrever uma crônica. Mas como já disse, estou sozinho, quem sabe até o fim do dia não rola algo que preste?
Uma dádiva, segunda-feira fria, chuvosa, sozinho e a certeza (essa realmente é certa) de um cafezinho em boa companhia após o almoço...
Hoje essa sala é só minha.





*Leon Russell Blue eyes and a black heart