Ding.
A porta do elevador abriu. Décimo terceiro andar, estava escrito em letras vermelhas na placa defronte .
Décimo terceiro andar, aqui estou. Sim, aqui, agora preciso sair do elevador, respiro fundo e...
...dou um passo à frente, a porta ameaçou fechar, mas minha perna esquerda a impediu. Doeu, é possível que o joelho inche à noite.
Permaneci parado.
Indagava-me se deveria seguir em frente, sair de vez do elevador, dar o passo decisivo, seguir pelo corredor, parar em frente ao apartamento número X, tocar a campainha...
Logo vai escurecer.
As promessas são quase palpáveis, sinto que posso tocá-las, pegá-las e guarda-las em meu bolso.
O que ela deve estar vestindo a essa hora?
- Aquele tafetá verde? Quimono de seda branca com aqueles dragões vermelhos? Preparando um sushi? – rio-me amargamente dessas perguntas.
Seu perfume... Quase poderia senti-lo nas paredes, no tapete... Se estendesse a mão poderia pegá-lo e guardá-lo dentro de meu lenço...
Ding. Ding, Ding.
Alguém está chamando o elevador.
Preciso me decidir.
Ding. Ding, Ding.
Desço.
Lá fora o sol ainda brilha, mas dentro de mim uma chuva torrencial desaba sobre minha cabeça, a água chega a escorrer pelos meus sapatos.
O sax da música do elevador segue em minha cabeça fazendo a trilha sonora do meu fracasso.
- Esse maldito Kenny G e suas músicas...
Deixo pela rua, que agora escurece, marcas de pegadas úmidas pelo chão. (chuap-chuap-chuap)
Ao dobrar a esquina, antes de pegar o ônibus jogo fora o seu endereço, sei que demorará me esquecer desse dia. Se ao menos chovesse fora de mim poderia derramar essas lágrimas que agora me afogam por dentro.
- Sabia, 13 nunca me deu sorte!
5 comentários:
Só para constar: EU ADORO SEUS TEXTOS E ESSE BLOG.
Sem mais.
Thanks!
PECULIAR.
Pode ter perdido uma bela noite por superstição...
Chove, chove, chove....
Postar um comentário