O pimenteiro e o saleiro ali na sua frente, o sal, a pimenta, a conversa fiada, o falar muito, não dizer nada, o sal e a pimenta à sua frente, o cardápio com comidas impronunciáveis, sabores desconhecidos, o sal e a pimenta à sua frente, tomou um gole de vinho, quis esvazia a taça, mas o vinho era muito seco, a pessoa à sua frente falandofalandofalandofalando, tomou outro gole, tão ruim era o vinho que não conseguiria embebedar-se para suportar tal lengalenga, o cardápio não o atraia, a conversa tirara-lhe todo o apetite, o vinho lhe embrulhara o estômago, mas o sal e a pimenta no seu campo de visão o impedia, em parte de olhar para o seu interlocutor que não parava de falar, agora vinha com suas digressões sobre política, sua sempre bem colocada opinião sobre tudo, sobre todos, sobre economia, saúde, educação, religião, tudo estava no seu campo de conhecimento, nada. As horas passavam – seriam dias? - , a fome se foi, a sede insaciada e o sal e a pimenta à sua frente, as horas arrastavam-se, e ao menos pudesse acender um cigarro...
Olhou para o relógio, somente meia hora havia se passado!
2 comentários:
É sempre assim! As horas não passam nessa conversa que não se ouve etc,,,
Lindo!
Beijos
Mirze
Almoçar com vendedor é deveras indigesto, só ele fala.
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