vejo as janelas abertas
e uma vontade irrefreável de bater os braços
e voar me inundou
não fosse a camisa de força...
as paredes
as paredes de carvalho
as paredes sólidas
firmes, retas
o teto branco
alto
a luz clara do dia
o sol
e o azul do céu clamam por mim
mas essa camisa de força...
os passos na rua
a buzina dos carros
o barulho das motos
as vozes dessas pessoas à minha volta
sirene dessa ambulância...
as paredes brancas
as cortinas brancas
as moças de branco
os homens de branco
os lençóis brancos
o travesseiro branco
os comprimidos bancos em copinhos
igualmente tão brancos
e baba grossa
– que espuma em minha boca –
é também branca...
8 comentários:
MUITO BOM!
Para quem não é louco, descrever com detalhes o desejo de se desprender da camisa e voar, foi maravilhoso.
Tudo branco!!!!
Paranéns, amigo!
A cada dia uma surpresa
Beijos
Mirze
Branco... talvez pq a paz esta na loucura.
bjos...
Acalento cada dia mais essa certeza.
Mirse, quem pôs na sua cabeça que eu não sou louco???
A loucura faz os grandes não perder a essência... o exagero é fundamental e faz parte da loucura dos que tem coragem
Hoje são os soltos que querem voar para os manicômios e desfrutar da paz do branco.
Louco mas não burro, isso que é bonito.
E não é que eu sinto a mesma coisa!!!
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