Cheguei cedo à repartição, adiantei meu trabalho e desci para fumar. Tudo certo para vocês? Responderam sim? Pois se enganaram.
Explico.
Na rua, céu limpo, sol que não ameaça com calor, os garis ainda limpando as calçadas e eu sob uma árvore acendo o cigarro. Curtia a delícia da primeira tragada com quando uma mulher em “situação de rua” (houve um tempo em que se poderia dizer mendiga sem estar sendo politicamente incorreto) me pede um cigarro...
Respondi-lhe, fazendo contato visual , que só tinha aquele que estava fumando, pois não é que ela retrucou perguntando sobre o maço que eu carregava no bolso?
Francamente, um homem não pode mais fumar em paz sem ter que dar satisfação para os “homeless”, os desprovidos, os sem-alguma-coisa? Não bastam as placas que me proíbem de fumar em uma quantidade cada vez maior de lugares?
Diante de minha negativa ele olhou-me de forma belicosa, agressiva, e pensei:
- Lá se foi a alegria da primeira tragada...
Não dá, assim não dá...
Aqui me condenam por fumar, lá fora me condenam por não compartilhar meu cigarro, ô vidinha...
Daí para a pressão alta, infarto ou impotência, é um passo!
***
Hoje, por indicação do Silvio, eu iria escrever somente sobre a “geração coruja”, mas acabei divagando com meu cigarro.
Mas antes de terminar explicarei o que é essa tal geração.
No domingo fui a uma festa de aniversário, onde me colocaram uma máquina fotográfica na mão para fotografar as crianças.
Vocês já perceberam como as mulheres, de qualquer idade, conseguem ficar de costas e com o pescoço totalmente reto sobre os bumbuns? No futuro, sei lá uns duzentos anos, quando nossas tataravós virem essas fotos, vão pensar que essa era uma geração vítima de radiação, experiências genéticas malsucedidas, ou como diz meu cunhado, envenenadas por excesso de hormônio da carne do gado.
Impressionante como elas conseguem essa posição...
Os ortopedistas é que faturarão alto logo, logo, pois além das lordoses ainda terão que desentortar pescoços...
E pensar que quando jovem meu dizia que eu cresceria surdo por causa dos rocks que eu ouvia alto...
Mas, cada geração com suas mutilações!
Que sejam felizes com suas dores.
Um comentário:
A geração coruja é a geração S2 - aquele coraçãozinho que o Alexandre Pato inventou para a Steffany Brito, de quem já se separou - na mira do povo do rap e do povo do crack.
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