Aqui estou digitando essas linhas...
O que faço pelos amigos (ok, é menos que o que faço pelos inimigos – e são tantos...) poderia estar na praia, no cinema, em casa, na cama, ou mesmo, - oh infelicidade - trabalhando (o que na verdade deveria mesmo estar fazendo agora), mas não, estou tentando desenvolver um texto coerente e levemente inteligível para os leitores de “NÃO LEIA ESSE LIVRO!” [1]
Poderia me dedicar de “corpo & alma” (riam os que não me conhecem, riam bastardos ignorantes e apostatas) à uma crônica, poderia gastar linhas e laudas falando sobre o mais absoluto nada, preencher o vazio existencial dos leitores, que ainda teimosamente mantém essa brochura nas mãos.
Vamos lá:
“O céu azul me recebe alegre e esfuziante nessa segunda-feira, pós dia das mães. Tomei um frugal café da manhã, uma bolachinha de água e sal e uma fatia de queijo branco, ainda estou enfastiado pelo almoço de ontem, como, aliás, deve estar o nobre leitor. Trago na mente o sorriso fresco e alegre de minha velha mãezinha abrindo seu presente ontem, ela ouvia Emoções, do Rei, sobre a mesa da sala, um ramalhete de lindas rosas vermelhas e bombons, muitos bombons, alegria de nossa matriarca. Os filhos a cercavam de carinho e desvelo e os netos, ah!, essas crianças, corriam atrás dos gatos e dos cachorros, fazendo a alegria da casa com muita algazarra”
Não!
Tive que parar e correr ao toalete do escritório e vomitar, não posso me prostituir dessa forma, não posso, não devo e, principalmente, nada recebo para isso.
Não!
Não vou escrever nada que possa aumentar a minha taxa de glicemia. Não sou doce, não sou delicado, não escrevo para agradar, embora pela primeira vez (e quero crer, a última, pois são tantas as exigências, as divergências, os cafezinhos, as ameaças, os sapos engolidos, que me pergunto por que me submeto a isso) escrevo por encomenda.
Já pensei em desenvolver uma história, baseada em fatos reais que me foram me contado por uma pessoa incapaz de mentir ou mesmo distorcer a verdade, embora, verdade seja dita, vítima do mais alto grau de alcoolismo e leve demência.
O conto começa com uma loira perdida aos pés de uma montanha, sozinha, numa noite fria e que ainda ameaçava terminar em neve..., mas acho que essa história não futuro também.
[1] Mais um projeto fracassado!
Um comentário:
BELO, Roberto!
Você fez o que conseguiu. E isso é bonito!
Beijos
Mirze
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